Reflexões sobre o universo de Gantz: O


Kato está voltando para casa quando morre ao intervir numa briga. Surpreendentemente, ele aparece vivo em um apartamento com outras pessoas e uma enorme bola preta de metal estranho chamada Gantz, que ordena que façam missões pelo Japão para matar os monstros que invadem as cidades. Se alguém morre no momento do jogo, morre de vez, mas se o jogo for completo antes da pessoa morrer - mesmo que ela esteja amputada e o demo a quatro - tudo volta ao normal. As pessoas são liberadas de manhã para viver suas vidas normalmente e durante a noite enfrentam os monstros a mando de Gantz.

Como para Gantz tudo é um jogo, cada monstro tem sua respectiva pontuação. A pontuação máxima no jogo é 100 e é possível alcançar esse valor matando vários monstros de pontuação alta ou matando o monstro que vale os 100 pontos. Quem alcança esse valor tem direito de escolher uma das três opções:

1 - Você pode se libertar e ter suas memórias apagadas
2 - Você pode trocar os pontos em uma arma extremamente potente
3 - Você pode reviver um humano que morreu no jogo

Okay, e porque exatamente esse filme é bom ou vale a reflexão? Porque é difícil se livrar dos fantasmas das pessoas com quem você de alguma forma se conectou, então como abandonar tudo isso egoistamente e se libertar? Kato reflete bem essa dificuldade. Cada pessoa tem alguém para voltar e, mesmo que ele próprio tenha que voltar para seu irmão, se arrisca pelos outros.

Os outros são bem mais espertos e não se envolvem em batalhas, assim garantem que continuarão vivos e voltarão para casa, mesmo que na noite seguinte sejam recrutados outra vez. Nesse ponto, Kato chega a ser ingênuo, mas essa ingenuidade salva algumas vidas enquanto a covardia e a autopreservação dos outros só permitem mais sacrifícios. Kato é retratado como um jovem com espírito heroico bem parecido com os que aparecem nas HQ's mais tradicionais, os típicos heróis de fortes convicções que tem êxito em seus feitos. No mangá isso é bem diferente, então acredito que com tantas adaptações e releituras, as personalidades dos personagens se perderam.

Se formos pensar bem, esperto é o Gantz que sabe que pode prender as pessoas pela sede de poder - no caso da troca por armas - e pelos valores sociais - no quesito de não sair do jogo por querer reviver alguém.

Gantz recruta as pessoas que morreram independente de seu sexo, habilidade, poder ou idade. Nem mesmo um cachorro escapa de fazer parte do jogo no mangá, e em todas as missões ele recebe zero pontos - por motivos óbvios -, por isso um momento de silêncio pro catioro.

Depois de ver o live action e não gostar, decidi ver essa animação dando uma segunda chance porque a ideia toda é muito boa, e me surpreendi, valeu a pena cada instante do longa. Embora haja muito sangue, a apelação sexual é muito menor que no mangá *em que se registram até estupros* e no anime. Num geral, a animação é muito boa em roteiro e efeitos. Mais importante que isso: tem na Netflix.


E é isso aí. Você já viu a animação ou o curta? O que você achou?

Comentários

Segue a gente no Facebook ;)

Seguidores

Outros textos que você pode gostar