Interrogação



Papel branco,
liberdade, 
canetas,
palavras
necessidade,
vida...
Extravasar! 

Cama,
violão,
rádio e músicas piegas,
escutei aquele LP que você me deu há anos...

Madrugada,
rua escura,
poucas pessoas, vagantes,
frio...
Mensagens no celular... 

Esmalte preto,
salto vermelho, 
perfume aberto,
paredes todas riscadas, 
vizinhos fumando suas conversas caretas... 

Rosto no vento gélido,
vida na mesa,
prazer,
arrependimento,
lembranças,
livros rabiscados,
rascunhos de cartas 
ou coisas que nunca foram algo,
“do muito que eu li
do pouco que eu sei”
o que me resta?

Me baguncei toda,
assanhei meus cabelos,
borrei a maquiagem, desmontei,
batom rosa-choque,
as notas de rock fazem estrelas
nos meus óculos manchados,
imagens desconexas,
rodopios,
buceta, uva, curva qualquer,
gosto bom dos sentidos confusos,
escada,
estantes derrubadas no chão
vidros quebrados voando no ar,
qualquer coisa,
me apaixonei pelo meu lápis,
cadentes melodias
me pintam de verde e laranja...

Perdi tanto tempo, 
resistente,
insubmisso 
ainda mais do que meu existir marginal
quebrei todos o relógios,
fome,
fiz fogueira com os calendários
comi meus versos queimados,
gosto de beijos lascivos...

Alguém,
de barbas e cabelos longos,
pele grossa, voz fina,
unhas coloridas,
pelos matagais,
seios suculentos,
calor de ímã,
calção, silhueta fina,
ombros largos...
“O que é isso?”
Pergunta idiota!

O que eu quiser,
poesia foi feita
pra rimar com anarquia... 

Azulejos partidos ao meio,
paredes desabaram,
tudo um mar flutuante,
profundezas, obscuridade dos corais lindos...

Tantas palavras, gastas,
tanto álcool, gasto,
tanta maluquice rasgada, que nada... 
Para que?
Por que tamanha overdose?
Tanta normalidade, mata...

Texto de Bárbara C.
Eu, hoje, ando atrás de algo impressionante
Que me mate de susto
Um impulso, um rompante
Que é pra me desviar desse mar de calmante

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