'Clickbait': nova minissérie da Netflix é uma sequência de clickbaits satisfatórios
Nick Brewer é um homem gentil. Nick Brewer não tolera injustiças. Nick Brewer é bom. Filho, esposo, pai, irmão, profissional. Apesar de suas boas qualidades, Nick é sequestrado, forçado a gravar um vídeo segurando confissões escritas sobre abusar de mulheres e sobre matar uma. A promessa dos sequestradores é que, ao alcançar 5 milhões de visualizações, o homem seria morto. Não é surpresa saber que o vídeo viralizaria e que as pessoas torciam que esse 'estuprador' falecesse.
Seria apenas mais uma série sobre o uso da tecnologia ou sobre homens não tão bons assim, isso se não fosse a abordagem tão próxima aos personagens que fazem a trama se desenrolar. Ao longo dos episódios, acompanhamos as trajetórias da irmã, da esposa, do investigador, do repórter, da amante e do filho. Em cada pequeno arco, a história não perde a mão, pelo contrário, mantém nosso olho vivo para qualquer possível indício de quem possa ser o culpado pelo sequestro de Nick.
As dores do assédio da mídia, do luto, do preconceito e do julgamento social nos dão perspectiva ampla sobre os respingos nos envolvidos. Sentimos suas raivas, frustrações e tristezas enquanto vemos a investigação evoluir e novas informações virem à tona, não tanto pela competência da polícia, mas pela insistência de alguns personagens-chave.
Descobrimos, junto à família, uma faceta desconhecida de Nick. Suspeitamos, teorizamos, caímos em armadilhas narrativas colocadas estrategicamente. Um verdadeiro clickbait. Faz jus ao nome da série. Aliás, o título também está diretamente ligado à presença constante dos avanços tecnológicos e possíveis crimes digitais, além, é claro, das vantagens obtidas da associação entre a internet e a investigação criminal.
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