O Clássico e o Best-Seller

        Há muito tempo eu me interesso por essa temática, além de também amar os contos de fadas e sua relação com a Psicanálise. Prometo ainda fazer muitos textos a respeito. Mas voltemos ao assunto, todos sabemos que uma classificação bem conhecida por todos, no que diz respeito ao clássico, é que clássico é aquilo que permanece apesar do tempo, daí as primeiras obras que vêm a nossa mente são as de José de Alencar, Machado de Assis e tantos outros que conhecemos através da escola. Por vezes até lembramos a que escolas esses autores pertencem.

        Eu sempre fui uma preguiçosa quando se tratava dos clássicos da literatura brasileira, quando meus professores nos contavam o enredo do livro eu me apaixonava completamente pela história, mas quando tomava o livro emprestado na biblioteca e começava a lê-lo havia um grande empecilho, eu não compreendia aquela linguagem, acho que posso afirmar que na época eu não tinha maturidade.

        Então muitas vezes eu deixei de conhecer obras maravilhosas por não compreender aquelas palavras que ali estavam escritas.

        Quando pergunto aos meus alunos o que eles acham das obras da literatura brasileira que eles já leram é muito comum que eles digam que não entenderam nada e consequentemente digam que é chato.

        Outro dia na aula de introdução à filosofia o professor começou a discutir diversos temas e acabamos chegando ao tão rejeitado best-seller, foi aquela confusão, é muito comum nos depararmos dentro da academia com professores e alunos que desaconselham totalmente a leitura dos best-sellers e os considerem, como um colega disse, "lixo".

        Não concordo e nem compactuo com esse preconceito, minha capacidade leitora foi fortalecida pela leitura desses livros, como uma amiga costuma dizer, é a teoria do degrau, é um processo, você começa com leituras mais simples e vai "evoluindo". Quem gosta de Percy Jackson pode a partir dele se interessar por mitologia, quem gosta de Cinquenta Tons pode a partir dele se interessar por Marquês de Sade, todo leitura é válida e nos torna pessoas diferentes, nos abre um novo mundo.

Leia o que te dá prazer, o que te faz feliz, os clássicos são obras riquíssimas, cheias de significados a serem decifrados, as possibilidades são inesgotáveis. Deixo com vocês a seguinte questão: quem tem coragem de dizer que Harry Potter e Game of Thrones não serão clássicos um dia? Eu não tenho.