"A lista de Brett" é sensível sem ser extremamente clichê

TÍTULO: A LISTA DE BRETT
AUTORA: LORI NELSON SPIELMAN
EDITORA: VERUS EDITORA
ANO DE PUBLICAÇÃO: 2015
NÚMERO DE PÁGINAS: 364


 Não quero essas metas, mãe; eu mudei.
O sr. Midar lê:

É claro que você mudou.
Arranco a carta da mão dele.
— Ela disse isso mesmo?
Ele aponta para a linha no papel.
— Bem aqui.
Sinto um arrepio nos braços.
— Que estranho. Continue.

É claro que você mudou, mas, querida, temo que tenha abandonado suas verdadeiras aspirações.


Brett Bollinger é uma mulher vinda de família rica, tudo devido ao esforço de sua mãe, Elisabeth Bollinger, que obteve sucesso com sua empresa de produtos cosméticos naturais. Brett vive bem, trabalha para sua mãe, namora um advogado com alto nível social e ambos vivem em um espaçoso e luxuoso loft. Seus dois irmãos estão casados com mulheres maravilhosas e um deles já tem filhos.

Acomodada com a situação, Brett nunca questionou seu próprio estilo de vida ou suas metas pessoais, mas tudo muda drasticamente com a morte de sua mãe. Além de ter que lidar com a enorme dor da perda, recebe uma abrupta notícia na leitura do testamento: para receber a herança, Brett precisará completar uma lista de sonhos que fez quando ainda era adolescente. Isso significaria voltar a ser professora, se apresentar para uma plateia, perdoar seu pai, ser sempre amiga de sua amiga de infância, ajudar aos pobres, comprar um cachorro, ter um filho, se apaixonar e, claro, comprar um cavalo, tudo em treze meses e sem auxílio da empresa. A cada meta cumprida, uma carta de Elisabeth será lida, revelando novas surpresas.

Brett duvida que ainda tenha os mesmos sonhos da garotinha que era, mas o enredo faz o próprio leitor se questionar sobre sua vida adulta e sobre os porquês que o levaram a desistir de seus sonhos. Com uma trama muito bem construída, "A lista de Brett" foi capaz de me levar às lágrimas por causa de uma personagem secundária extremamente forte, e é ela, e não Brett, que me leva a indicar esse livro (Brett pode ser muito chorona e cansativa, sabe?).

Confesso que o fato de a família ser milionária quase me fez abandonar o livro. Esperei romances melodramáticos e clichês, além da rotina luxuosa e ostentadora, esperei de tudo, menos essa crítica tão forte sobre as disparidades sociais. A escritora teve tato para tratar dessas extremas diferenças sociais, do preconceito racial, das doenças fatais, das deficiências genéticas, do luto e do amor próprio, tudo de maneira simples sem tornar a leitura cansativa ou enfadonha.

Particularmente, não gosto de histórias românticas, na verdade, como pessoa anti-romântica, me surpreendi ao aproveitar esse livro ao ponto de indicá-lo. Como foi uma boa surpresa, desejo uma boa leitura a todos.

Comentários

  1. Laura, senti muita vontade de ler esse livro. Isso por causa de sua resenha. ;) :D <3

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  2. Marcelaaaaa <3 Que bom que você gostou a esse ponto *-* <3

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