O Feto

Expelido!
nasceu como um verme...
jogado no lixo,
Lixo que anoitece...
Lixo que amanhece
nos trilhos de trem...
Lixo que emudece
longe dos olhos de ninguém!
Na sujeira do cotidiano
que engole a tudo! e cega
a todos.
Faminto...
bebeu o suco frio do ventre
deitado num berço de lama,
berço de sangue,
berço de podridão.
. Comeu a poeira do mundo,
poeira de Húmus...
sugou no seio maduro
de co2 e enxofre a sede
cedida das estradas.
Ah, filho do nada.
Ah, carne magra de agonia;
carne magra de desprezo...
carne magra de doença....
Esperneia...geme os
minutos...
Geme os minutos!
antes que venha
a morte cantar como
consolo a canção do silêncio...
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