Trocando de carreira aos 25 anos

 

Relato de uma jovem professora triste, desempregada e anêmica que está migrando para o UX Design.

 

Resumidamente, eu era professora de redação, mas depois de uma anemia resolvi trocar de carreira. A história completa está aqui embaixo, vou ficar feliz em saber o que acharam.

Esse texto é sobre minha trajetória e sobre as possibilidades e vivências que o mundo nos reserva. E apesar do que possa parecer, não quero passar aqui a mensagem de que trocar de carreira é fácil, porque não é. Exige esforço, tempo e suporte de familiares e amigos. Não é só largar o emprego, não é só trocar de faculdade. Existem variáveis envolvidas que afetam as nossas vidas e as de pessoas mais próximas.


Começando pelo início

meme do bob esbonja com os escritos "vamos começar?"

Bem, quando comecei nas Letras tinha 16 anos e era uma jovem emocionada que não conhecia patavinas do mundo.

Na escola, adorava um livro, fosse o chato do José de Alencar ou a saga Crepúsculo, lá estava eu, lendo avidamente. Pensei: se eu gosto de ler, vou pras Letras.

E assim foi. Entrei no curso e dei de cara com a linguística, sociolinguística, didática, análise do discurso, psicologia da aprendizagem… no meio de tudo isso, algumas cadeiras de Literatura, que ainda me encantavam.


Desiludida

Meme de um garoto dizendo "tás a me dizer que Mafalda está desiludida?"

Apesar de amar as Letras, dar aulas foi o que me fez perceber que, sim, eu amo ensinar, amo a participação dos alunos, amo fazer parte do processo de ensino-aprendizagem. Também percebi coisas que desgosto e a lista é grande: desvalorização, falta de crescimento no trabalho, hora-aula a 10 reais, pressão da coordenação, reuniões desnecessárias, escolas protegendo assediadores, direitos trabalhistas sendo ignorados.

Agradeço às escolas particulares por me abrirem os olhos.


Formada e desempregada

Imagem de garoto gritando desesperado

Depois de 8 anos de faculdade, 3 na Universidade Estadual do Ceará e 5 na Universidade Federal do Ceará, estava eu formada e, pasme, desempregada.

Apesar de procurar emprego, enviar currículos diariamente e pedir indicações, não consegui um novo trabalho e continuei a corrigir redações online, o que ainda é minha renda principal.


As coisas têm que mudar

Cachorro de olhar desconfiado

Como os serviços como freelancer estavam me consumindo a mente e a alma, eu me alimentava mal, não fazia exercícios e não me cuidava.

Uma hora o corpo para. O meu parou.

Fiquei internada por 8 dias com uma anemia gravíssima e tomei duas decisões que guiariam minha nova forma de viver:

1 - Priorizar minha saúde;

2 - Tentar construir uma rotina tranquila.

Se eu não estou satisfeita com minha profissão, vou tentar encontrar algo que goste de fazer e não apenas isso. Minha carreira deve permitir que eu tenha tempo para mim.


Encontrando meu caminho

"mas o que eu faço", diz a primeira pessoa. "apenas siga seu coração", responde a segunda. Em seguida há "meu coração" e abaixo um monte de estradas confusas sobrebostas.


Apesar de a decisão ser nova, eu já tinha uma noção do que queria e era "alguma coisa da área da tecnologia" (sim, era uma noção beem vaga).

Conversando com a Alê, uma amiga querida, ela me falou que existia o Design de Experiência do Usuário, uma área relativamente nova com bastante mercado.

Então eu comecei a consumir conteúdos sobre o assunto e, ali estava eu, empolgadíssima no processo de aprendizagem. Curiosa, doida pra conseguir logo uma vaga no mercado. Faz um mês desde que comecei a estudar e não me vejo fazendo outra coisa se não isso.


Leia mais sobre: Design de Experiência do Usuário (UX DESIGN)

Você pode ver o perfil do Instagram da Alê clicando AQUI.


E a moral da história é…

Homem com um dedo na testa como quem quer expressar um "entendeu?"

Não tem moral, mas se eu tivesse um conselho para dar seria: observe se a insatisfação com algum aspecto da sua vida tem cura. Muitas vezes a gente coloca a vida em modo de espera. "Depois que eu me formar…", "quando eu conseguir aquilo…".

A vida não espera a gente.


Laura Penha.


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