A (difícil) arte de me tornar mulher

Desde o início do ano comecei a fazer um acompanhamento com um psicólogo, com muito receio, mas fui. E isso tem me ajudado a me entender. A compreender coisas tão simples que se tornam complexas e monstruosas em nossas vidas.
Eu nunca admiti, mas tinha medo dos homens. Medo de ser violentada, de ser agredida, de ser assediada e xingada na rua. Todas essas coisas aconteceram comigo e acontecem diariamente com quase todas as mulheres do mundo. Eu arriscaria dizer que todas nós, infelizmente, em maior ou em menor intensidade e gravidade, seremos desrespeitadas. Apenas por sermos mulheres.

Ainda bem que a gente muda, né... É MUITO doloroso reconhecer o medo e as violências sofridas, deduzir que para quase toda a sociedade você é inferior. E eu tinha medo. Ainda tenho.
Mas hoje eu não tenho mais medo dos homens, apesar de saber que todos são potenciais agressores. Até os boys que se dizem "feministas". Eu não tenho medo dos homens porque descobri que não estava e nem estou sozinha. Que inúmeras outras mulheres se sentem como eu e que se anulam com medo da violência.
Hoje eu visto o que eu quiser, uso o batom mais escâaandaloooo que tiver e faço o que eu QUERO!
Se algum homem vier me violentar de qualquer forma eu o arrasto pra delegacia, lhe enfrento. Mando ir se lascar! Não tenho tempo para macho uó. Nenhuma de nós deveria ter.
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Imagem da fanpage da Carol Rosseti @carolrossettidesign |
E gatas, descobri que ser mulher não é apenas ter vagina, peitos ou passar batom. Nós somos plurais, algumas de nós não tem seios, ou só tem um, ou são grande, ou pequenos... Mulheres que gostam de homens, de mulheres, de homens e mulheres, ou de nenhum dos dois. Mulheres que amam pessoas.
Mulheres que querem viver sua sexualidade de forma plena e outras que ainda não querem. Ou podem nunca querer. Descobri que existem mulheres de todas as formas, lindas, únicas e que não existe uma resposta fácil para nos definir. Hoje, eu sei que sou mulher, não tenho medo de ser e com certeza minha forma de ser mulher vai continuar mudando.
"Nós somos plurais" ...
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